Consumo

Mudanças no comportamento do consumidor e o consumo consciente — entrevista com Ana Luiza, cofundadora do Enjoei

Mudanças no comportamento do consumidor e o consumo consciente — entrevista com Ana Luiza, cofundadora do Enjoei

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Um brechó on-line que iniciou sua operação em 2009, quando o e-commerce ainda não tinha se popularizado e também não se falava muito em consumo consciente. Doze anos depois, a marca está avaliada em cerca de 2 bilhões de reais e reuniu mais de 790 mil clientes ativos (2020). Esse é um brevíssimo resumo do Enjoei, plataforma de vendas on-line de roupas, sapatos, decoração etc., cuja proposta é incentivar o desapego de objetos usados e novos.Para dar dicas a quem deseja empreender em tempos de significativas mudanças, como aconteceu ao longo da trajetória do Enjoei, convidamos a cofundadora da marca, Ana Luiza McLaren. No bate-papo, ela aponta o que os negócios precisam acompanhar para se manterem competitivos e traz insights de como fortalecer a relação com o público.Leia agora!

1) O Enjoei começou como um blog, lá em 2009, quando as vendas na internet ainda eram tímidas. O que foi essencial para que a marca crescesse e hoje se tornasse um case de sucesso do varejo on-line?

Certamente o modelo de negócio. Quando o Enjoei foi criado, não existia nada igual. Não é uma empresa cujo modelo de negócio foi trazido de fora. A plataforma do Enjoei surgiu quase que organicamente. Em um dia, eu decidi vender algumas peças que eu tinha no guarda-roupa, mas não usava mais. Criei um blog e foi assim que tudo começou.

2) A pandemia e o boom do e-commerce são umas das mais recentes mudança nos hábitos de consumo. Na sua opinião, quais tendências de comportamento as marcas precisam acompanhar agora para se manterem competitivas?

As marcas precisam ter a própria identidade, e isso inclui “linguagem”. A experiência e a autenticidade são o que fazem a diferença.

3) O modelo de negócio do Enjoei carrega em sua essência a proposta de economia colaborativa e de consumo consciente. Quais dicas você daria para negócios que não estão ligados necessariamente à sustentabilidade, mas que também desejam construir mudanças positivas?

Cada modelo de negócio é único e deve ter as próprias soluções. O Enjoei já nasceu com tal proposta consciente, em 2009. Falamos sobre comprar usado, sobre vender o que não quer mais usar. Ter esse olhar sustentável, na acepção total da palavra, é fundamental para todas as empresas.

4) O que é preciso fazer para um negócio estreitar o relacionamento com as pessoas? Quais estratégias vocês usam a fim de fortalecer a conexão do Enjoei com o público?

A experiência e a comunicação são o principal para fortalecer a conexão com as pessoas. No Enjoei, nossa linguagem permeia como nos comunicamos no enju-app, nas redes sociais e nos pushes, por exemplo. Isso faz com que o consumidor se identifique e cocrie essa conexão com a gente. É mão dupla.

5) O Enjoei usa uma linguagem inclusiva e acessível nas redes sociais, por exemplo, com a adoção da linguagem neutra e a descrição das imagens. Como essas práticas contribuem para os resultados do negócio?

Nossa intenção sempre foi incluir. Não fazemos isso para ter algum retorno financeiro. E fico feliz de o Enjoei ser essa plataforma aberta e acessível a muitas pessoas. Ainda há muito a ser feito no caminho da plena acessibilidade e continuaremos nessa missão.

6) O app da Enjoei foi o sexto aplicativo mais procurado pelos brasileiros no primeiro semestre de 2021. Há caminhos viáveis para a transformação digital de quem não tem muitos recursos para investir em tecnologia? O que você considera indispensável?

Neste momento de transformação digital, a tecnologia é indispensável. O pequeno negócio que não conseguir criar internamente uma estrutura de e-commerce, com aplicativo e loja, pode usar a infraestrutura já disponível. Pode ser o WhatsApp, enviando ofertas por uma lista de transmissão, que pode gerar vendas. Ou buscar uma plataformas de delivery, como Rappi e iFood. O que não dá é ficar fora do alcance do consumidor nos meios digitais.

7) Se pudesse dar um único conselho para quem está começando a empreender, qual seria?

Meu conselho é: faça! Não pense que a ideia ainda não está pronta ou que ainda precisa melhorar o plano de negócio. Se tem uma ideia na qual acredita, simplesmente faça. Se ficar esperando o melhor momento, a melhor oportunidade, eles nunca chegarão.Gostou das dicas da cofundadora do Enjoei para o seu negócio? Acompanhar as mudanças de comportamento do consumidor e adaptar a operação às suas novas exigências, como a pauta de consumo consciente, é essencial para quem deseja se manter competitivo no mercado.Se você quer aprender mais dicas para alavancar sua operação e driblar a concorrência, leia o bate-papo sobre oportunidades de negócios e inovação em tempos de incertezas com Hermano Rodrigues.