Indo muito além de metodologias, da tecnologia e dos processos de digitalização, a inovação é acima de tudo uma mentalidade que precisa ser construída e alimentada.

O trabalho de criar um ambiente propício à inovação deve, antes de mais nada, começar com a visão inovadora como base. Mas como fazer isso na prática?

Dados mostram que as empresas querem e veem a necessidade de inovar. Um levantamento recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 83% das empresas afirmam que vão precisar de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia

Nosso objetivo neste artigo, então, é mostrar os primeiros passos para quem quer construir uma visão inovadora. Mais ainda, queremos oferecer os pilares que compõem e sustentam uma visão estratégica da inovação.

Os ensinamentos que trazemos aqui servem para a sua vida como um todo. Podem ser aplicados de forma ampla, em toda a estratégia de uma empresa, mas também na sua vida profissional individual. Por fim, aproveite também para aprender e aplicar a visão inovadora em qualquer aspecto do seu cotidiano que peça ideias criativas e que solucionem problemas reais.

Como aplicar a visão inovadora – 6 pilares para construir e alimentar uma estratégia de inovação

1.
Compartilhar ideias e promover a colaboração

Compartilhar ideias é extremamente importante se você quiser que elas vão a qualquer lugar.

É necessário que as empresas desenvolvam um ambiente que promova a coleta e a troca de ideias entre seus departamentos. É importante envolver os funcionários, obter várias perspectivas e construir ideias na interação de uns com os outros.

Despertar a visão inovadora parte desse ambiente favorável. Em um nível cultural, as empresas devem fornecer a toda a equipe o estímulo necessário para criar novas ideias, ao mesmo tempo em que se disponibilizam a ouvir para que essas sejam apresentadas e debatidas.

Comece por aqui. Deixe claro para todos os envolvidos no seu trabalho que sim, eles têm uma voz que será ouvida e ideias que serão valorizadas. Esse é o ponto de partida para criar a ideia de colaboração, considerada crucial para desenvolver qualquer solução, produto, serviço ou processo inovador.

2.
TODOS SÃO RESPONSÁVEIS POR INOVAR

Também é imprescindível lembrar que a visão inovadora não é apenas de quem trabalha com tecnologia. Qualquer pessoa que componha qualquer área de qualquer empresa pode – e deve! – colaborar com ideias que levem à inovação.

A inovação se torna parte do DNA de uma empresa quando todos se sentem igualmente responsáveis ​​por promover os objetivos de inovação dessa empresa. Isso também evita que boas ideias caiam na armadilha de uma hierarquia, que pode minar a criatividade e o potencial inovador de quem não está no “topo” de uma empresa.

Uma razão importante para trabalhar a inovação em todos os lugares é ajudar as pessoas a reconhecer que a inovação não se limita à inovação de produtos. Empresas de sucesso inovaram nas áreas de abordagens para embalagem, vendas no varejo, métodos de entrega, acordos de parceria, ambiente de varejo, atendimento ao cliente, fabricação, controle de estoque, sistemas de gestão, acesso do cliente e em muitas outras.

Todos podem ter uma visão inovadora e construir ativamente soluções que afetem positivamente a vida de outras pessoas.

Isso também significa que sua cultura de inovação deve ser levada em consideração no recrutamento de talentos. Ir proativamente atrás de indivíduos que podem contribuir para uma cultura de inovação certamente vai ajudá-lo a fortalecer a capacidade inovadora de sua empresa.

3.
ESTÁ TUDO BEM, ERRAR FAZ PARTE DO PROCESSO

Um tema recorrente em empresas consideradas inovadoras é a compreensão de como é “importante” fracassar. Culturas de inovação fortes permitem que os funcionários assumam riscos medidos.

Por exemplo, no Google, o fracasso é como uma “medalha de honra”. As pessoas costumam se concentrar no incrível histórico de inovação e crescimento sustentado da empresa, mas esquecem o fracasso de muitos produtos que vieram antes. “Não há estigma contra o fracasso”, diz Gopi Kallayil, principal evangelista do Google para Marketing de Marca. “Há uma crença na empresa de que, se você não falha com frequência, não está se esforçando o suficiente”

Pode parecer fácil demais usar um exemplo do Google, talvez uma das maiores referências em inovação em escala global. Ainda assim, o erro acontece e deve ser tolerado na pequena empresa, pelo profissional individual e pelas equipes que funcionam dentro de estruturas menores

Um restaurante pode ver uma nova receita fracassar na opinião do público e encontrar, a partir do erro, os ingredientes que faltaram segundo o paladar das pessoas. O gestor de uma pequena empresa pode notar, após a Black Friday, que as novas promoções pensadas para este ano não trouxeram o lucro esperado. Esses erros não só fazem parte do caminho, como ajudam a desenvolver novas ideias que serão testadas e podem resultar em sucesso.

4.
O FATOR TECNOLOGIA

As empresas precisam das ferramentas e das tecnologias certas para capacitar equipes voltadas a trabalhar com autonomia e agilidade, para inovar e para enfrentar melhor as interrupções futuras.

De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, 93% dos profissionais concordam que fornecer às equipes o software e as ferramentas tecnológicas que eles precisam é necessário visando produzir um trabalho bem-sucedido.

A tecnologia, sozinha, não é sinônimo de inovação. Lembre-se sempre disso. Já é impossível, porém, negar que a tecnologia impulsiona a criatividade, otimiza ações específicas e gera valor para pessoas no fim desse processo.

Algumas soluções estão evoluindo a fim de ajudar equipes a trabalhar com mais rapidez e eficiência. Essas soluções incluem software de produtividade, ferramentas de gerenciamento, ferramentas de colaboração e espaços de trabalho digitais. Todas elas podem ser peças importantes para alimentar a visão inovadora, já que diminuem burocracias, aumentam a produtividade e ainda quebram rotinas maçantes que muitas vezes impedem qualquer um de pensar ‘fora da caixa’.

5.
A AUTONOMIA PODE LEVÁ-LO MAIS LONGE

A autonomia é a mãe de muitas das grandes invenções do mundo.

Esses grandes produtos e soluções podem ser como os famosos post-its da 3M. O pedaço de papel que fez, e segue fazendo, sucesso no mundo todo foi “descoberto” pelo cientista Art Fry, durante um horário de folga que a empresa alocou aos seus funcionários para perseguir as próprias ideias. Agora, é extremamente comum as organizações usarem essas soluções simples para promover a criatividade.

A autonomia, como pilar da visão inovadora de sucesso, não deve ser confundida com individualidade. Afinal, você acabou de ler sobre o poder da colaboração, não é mesmo?No processo de desenvolver a visão inovadora, dar autonomia a alguém significa valorizar e respeitar o processo criativo de cada um. Relembrando que todos são responsáveis por inovar, vale ressaltar que cada um tem um processo próprio e pode colaborar de forma única.

Valorize essa capacidade. Estimule a autonomia, quebrando eventuais paradigmas de que pessoas devem contribuir igualmente e da mesma forma.

6.
A CRIATIVIDADE É SUA GRANDE AMIGA

Falar sobre visão inovadora é impossível sem citar o componente da criatividade.

A noção mais básica de criatividade envolve desenvolver novas ideias, conceitos, cenários, hipóteses e possibilidades. Essa é a força que ajuda a impulsionar a prática da inovação.

A criatividade, assim como a visão inovadora, de forma geral, pode ser estimulada e crescer nas condições certas.

Empresas e profissionais líderes podem fazer sua parte fornecendo o ambiente de trabalho certo para apoiar a criatividade. Por exemplo, os líderes de inovação podem ajudar a aumentar o pensamento criativo no local de trabalho, dando tempo para divagar, deixando as pessoas brincar, encorajando as pessoas a ir atrás das suas curiosidades e se comprometendo com a colaboração .

A criatividade, assim como a inovação, também deve estar enraizada na cultura organizacional geral. Algumas das maneiras pelas quais as empresas estão promovendo culturas criativas incluem dar aos funcionários tempo para pensar, envolver a equipe interna com o propósito de participar da inovação e permitir que os funcionários experimentem diferentes áreas funcionais.

Experimentação e criatividade, inclusive, devem andar juntas. Uma é alimento da outra, e elas, sempre, sempre funcionarão em conjunto.

#DICAS PARA ESTIMULAR A CRIATIVIDADE

Aposte em diversidade. Pessoas de variados contextos e experiências trazem perspectivas diferentes que podem estimular o surgimento de novas ideias.
Ofereça flexibilidade. A mente criativa pode ser acionada a qualquer hora e em qualquer lugar. Se possível, permita maior flexibilidade em horários e locais de trabalho, a fim de despertar o melhor de cada um.
Reconheça e elogie o sucesso de cada um. Essa prática faz com que os funcionários se sintam valorizados e mais dispostos a trabalhar de forma produtiva.
Aceite ideias distintas. Ao aceitar as diferentes ideias que podem parecer ilógicas para você, você pode despertar a criatividade. Perspectivas diferentes sobre um problema aumentarão a mentalidade criativa e o local de trabalho.

7.
AS PESSOAS DEVEM ESTAR NO CENTRO DE TUDO

Você passou por 6 pilares importantes da visão inovadora. Pensando rapidamente no que acabou de ler, você consegue achar algo que está presente em todos eles?

Sem que você precise voltar a cada um, vamos apresentar logo a resposta: é o fator humano.

A VISÃO INOVADORA ESTÁ PRESENTE NAS PESSOAS, SURGE DAS PESSOAS E DEVE SEMPRE PRIORIZAR – ISSO MESMO: AS PESSOAS.

Para que a inovação seja bem-sucedida, a perspectiva de cada ser humano, direta e indiretamente impactado pela inovação, precisa estar em primeiro lugar. Tal linha de pensamento deve começar já na fase de geração de ideias e seguir até a operação em escala real.

Uma abordagem centrada no ser humano para a inovação ainda requer que as empresas passem pelo processo de identificar o desafio e de criar a solução certa. Mas a estratégia incentiva as equipes de inovação a dar um passo adiante, cobrindo vários lados da equação de inovação – experiência do usuário, necessidades de negócios como um todo e o papel da tecnologia – desde a concepção até os resultados de negócios.

A ideia de “centrado no ser humano” existe, mesmo desde os anos 1970, quando o teórico do design Horst Rittel semeou o conceito pela primeira vez. Com base nessa proposta, as empresas podem garantir que todos os que têm interesse ou se beneficiem da inovação sejam levados em consideração. Desde as pessoas que a utilizam até a liderança empresarial que investe nela, passando ainda pelos profissionais que desenvolvem e operam a solução.

Essa abordagem não apenas aumenta a eficácia e a eficiência dos modelos e processos de negócios, mas certamente transforma a estrutura e a organização da empresa. Colocar as pessoas no centro é o que ajuda a construir uma cultura local de trabalho em torno da inovação, que aumenta a satisfação dos clientes, o impacto do trabalho na sociedade e o crescimento de pessoas e empresas em longo prazo. E essa deve ser a sua missão hoje, certo?

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