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Coleta seletiva eficaz: saiba o que é e como você pode contribuir

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Você sabia que apenas 1.055 municípios brasileiros têm acesso ao serviço de coleta seletiva eficaz? Isso representa cerca de 15% do total de cidades do país, mesmo com o aumento de 42% desde o último censo do IBGE.A coleta seletiva traz benefícios para o planeta e para a vida das pessoas. Com ela, é possível fazer a reciclagem de vários materiais, economizando recursos. Além disso, eliminamos resíduos dos aterros sanitários, que se tornam um problema cada vez maior.Hoje você vai saber o que é a coleta seletiva eficaz e qual é o seu papel no processo.

O que é coleta seletiva?

Coleta seletiva é a separação dos resíduos que podem ser reciclados do resto do lixo. Para que ela seja eficaz, os itens devem ser separados antes de entrar em contato com o lixo orgânico.Conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os materiais recicláveis secos devem ser separados dos rejeitos. Os secos são, principalmente:

➜ Metais (como aço e alumínio)

➜ Longa-vida (embalagem)

➜ Papel

➜ Papelão

➜ Plásticos

➜ Vidro

Os rejeitos são aqueles compostos, principalmente, do lixo de banheiros: fraldas, absorventes, cotonetes, além de outros resíduos de limpeza.Os resíduos orgânicos não podem ser misturados, mas transformados em adubo em um processo de compostagem.Realizar a coleta seletiva eficaz faz parte do trabalho dos municípios e deve constar nos planos de gestão.

Como funciona a coleta seletiva

O que mais vemos no Brasil são as coletas seletivas porta a porta e a coleta por Pontos de Entrega Voluntária (PEVs).A primeira é realizada por um caminhão especial que recolhe o lixo reciclável em residências e pontos comerciais. A segunda pode ser feita pelo prestador do serviço público de limpeza ou por associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Após o recolhimento, o responsável separa os materiais nos galpões de triagem e os encaminha para empresas de reciclagem ou outras interessadas em matéria-prima. Isso deve ser feito porque cada tipo de resíduo tem um processo de reciclagem. Quanto mais os resíduos estão misturados, mais caro e demorado é o processo. Separar é essencial: a reciclagem de latas de alumínio é muito diferente da de papelão.Antes de estruturar um plano de coleta seletiva eficaz, é necessário analisar quantitativamente e qualitativamente o perfil dos resíduos sólidos gerados na cidade ou região.Em Belo Horizonte, por exemplo, quem faz o papel de análise e definição é o Fórum Municipal Lixo e Cidadania.Na cidade, as coletas domiciliares e nos pontos de entrega alcançam cerca de 36 bairros e 390 mil pessoas em 125 mil domicílios. Isso resulta em 4,7% de lixo reciclado.

Benefícios da coleta seletiva eficaz

Os benefícios desse processo são sentidos pelo meio ambiente e pela própria população. Tudo o que pode ser reciclado soma cerca de 40% do descarte doméstico, o que aumenta a vida útil dos aterros sanitários.Além disso, reciclar os itens diminui a poluição ambiental e o desperdício de recursos naturais – por mais que o objetivo principal da coleta seletiva eficaz seja reduzir o volume de lixo.Os benefícios econômicos são sentidos nas cidades pela geração de empregos. Trabalhadores marginalizados podem ser integrados no processo, principalmente por meio de cooperativas.

Papel do cidadão

A coleta seletiva eficaz precisa do exercício da cidadania. As pessoas devem assumir um papel ativo, separando o lixo em em casa ou nas empresas e conscientizando outras pessoas. A coleta estimula a organização popular.Em Salvador, por exemplo, a coleta seletiva conta com 100 pontos de entrega voluntária espalhados pela cidade. A chamada cadeia logística integra os moradores na separação do lixo e contribui para o trabalho das 17 cooperativas atuantes.Depois que a pessoa separa o lixo em casa e leva para os pontos de coleta, as instituições ficam responsáveis por sua retirada e destinação correta. A iniciativa conta com o apoio da prefeitura e de empresas – é responsabilidade das grandes indústrias contribuir com o processo.

Indicadores para medir o sucesso da coleta seletiva

Mas como saber se a coleta seletiva é realmente eficaz?A mestranda Roberta Fechine definiu em seu trabalho uma série de indicadores para a avaliação da eficiência dos programas.A pesquisadora realizou um processo de validação externa e definiu 22 indicadores e 69 tendências. Entre eles, está a massa de resíduos recuperados, um dos mais importantes.Você participa da coleta seletiva da sua cidade? Informe-se e saiba como contribuir.

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