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Revolucionando os modelos de negócio: como permuta e resale podem impulsionar as vendas

Você já pensou em fomentar o seu negócio com permuta? Este é um modelo que tem ganhado novos contornos e possibilitado o aumento de exposição de marca.

Você já pensou em fomentar o seu negócio com permuta? Este é um modelo bastante tradicional, que tem ganhado novos contornos e possibilitado as empresas a aumentarem a exposição de marca, preservarem caixa e lucrarem mais. Não importa se você está começando agora ou mesmo se está em um modelo delicado do seu negócio, ou mesmo o seu porte, este modelo pode ser para você!E para falar sobre o tema, convidamos o Rafael, ele é engenheiro pela UNICAMP e pela Texas A&M University, com a Especialização em Gestão Empresarial pela FGV-SP. Já passou por multinacionais e hoje é palestrante e entusiasta da Economia Colaborativa e sócio-fundador da XporY.com.Boa leitura!

1 - Primeiramente, conta para gente como funciona o modelo de permuta?

Hoje, na “X por Y” nós temos um modelo de permuta bastante inovador e peculiar, que possibilita uma permuta em grande escala e de forma multilateral, mas esse modelo é um instrumento de negociação muito antigo, até mesmo anterior ao dinheiro. No modelo tradicional, funciona basicamente assim - duas pessoas precisam ter interesse mútuo no bem que o outro oferece, ao mesmo tempo e de preferência no mesmo valor, e assim é feita uma troca, sem transação financeira. Isto é, não há um fluxo financeiro ou de moeda, somente de produtos ou serviços.No entanto, é um modelo difícil de crescer, porque caso a primeira pessoa tenha um produto que a segunda não se interessa, não temos um negócio feito. Assim como, se houver uma diferença muito grande de valores ou até mesmo do momento ideal de compra, não há avanço.Com a X por Y nós conseguimos por meio de uma moeda própria, possibilitar que esse modelo se expanda, ocorrendo de forma escalável e multilateral, quebrando com esse paradigma de que precisa ser bilateral. Na prática, nós incentivamos os empreendedores a comercializar dentro do modelo de permuta o excedente da sua produção - a maioria dos negócios tem uma capacidade produtiva maior do que é absorvido pelo mercado. Por exemplo, uma escola talvez tenha capacidade de absorver 35 matrículas por sala, mas tem apenas 30 alunos; um contador consegue atender 50 clientes ao mês, mas no momento tem apenas 40; ou mesmo uma loja tem 150 embalagens paradas no estoque - essa diferença entre a capacidade de absorver e a realidade é um excedente. Nós estimulamos as pessoas de diferentes setores e nichos a ofertarem esse excedente, em rodadas de negociação, por exemplo, de modo que seja possível fazer a economia circular, sem envolver o desembolso de dinheiro, e os empresários encontrarem demanda e oportunidade. Assim, é possível preservar caixa para atender as demandas necessárias, logo pessoas e empresas passam a gastar menos para obter o que precisam, e por outro lado, conseguem aproveitar mais as suas capacidades produtivas, ganhando eficiência.

2 - Como esse modelo de permuta multilateral surgiu no mundo e no Brasil?

A permuta, assim com outros modelos de negócios que estão dentro do guarda-chuva de economia colaborativa, já estão mais avançadas em alguns locais, como os Estados Unidos. Em 2001, eu tive a oportunidade de estudar em uma faculdade no Texas e eu vi alguns negócios funcionando nessa lógica. Muito tempo depois, enquanto empreendedor, estava estruturando um plano de negócios, e vi que esse modelo de fato havia avançado bastante nos Estados Unidos e já estava em outro patamar e que era factível. E assim, comecei a trabalhar com essa no Brasil. Hoje, já existem outras empresas trabalhando nesse formato, mas nenhuma na escala da XporY.com, algumas trabalham em alguns nichos específicos. É um modelo que já foi validado, não só no Brasil, mas em vários modelos e é super viável para empreendedores dos mais variados portes e tamanhos.

3 - Quais os principais benefícios da permuta multilateral?

São 3 os principais benefícios: melhoria da eficiência operacional, exposição da marca e a possibilidade de atuação para empresas que estão negativadas. Vamos falar de cada um desses pontos.

  • A melhoria da eficiência operacional acontece porque trabalhamos exatamente com a capacidade ociosa. Com a permuta se torna possível monetizar o que estava parado e às vezes até mesmo desperdiçado. Temos uma moeda interna de permuta com a qual é possível comprar e vender o que é necessário (seja para a pessoa física ou jurídica), consequentemente preservando o caixa da empresa e melhorando o financeiro;
  • Exposição de marca da empresa, isto é, se tornar mais conhecida, afinal, somos um ecossistema com mais de 12.000 empresas;
  • Atuação para resolução de dívidas é um caminho viável para as empresas de boa-fé que estão negativadas e buscam negociação de dívidas . É uma forma mais humanizada para a resolução de dívidas, contribui para que a economia destrave e ao mesmo tempo volte a operar.

4 - Falando um pouco agora sobre o público para permuta, qual tem sido o principal público alvo assim?

O público-alvo para esse modelo é bastante amplo - qualquer empresa que tenha capacidade ociosa - seja ela de produtos, serviços ou até mesmo algum profissional liberal.Na prática, é muito difícil encontrar um profissional com a agenda 100% cheia, ou alguma fábrica que esteja funcionando o tempo todo ou alguma loja que consiga girar o estoque rapidamente, sem excedentes. E girar essa capacidade produtiva que está parada é lucrar mais.Aliás, poucas pessoas se atentam para essa capacidade ociosa. No caso de prestação de serviços, é mais fácil visualizar essa margem operacional, dado que a agenda do prestador fica vazia.

5 - Quais conselhos você forneceria para quem está pensando em entrar nesse modelo de permuta?

Para responder essa pergunta vamos pensar no momento da empresa: inicial, quando a empresa ainda não tem uma marca consolidada; consolidada; aquelas que estão encerrando o ciclo.

  • Momento inicial: contribui para a rampagem do negócio e exposição de marca, atuar com a permuta acelera esse momento inicial
  • Durante a operação: respeitando sempre a capacidade ociosa, especialmente nos momentos de sazonalidade, todo negócio possui momentos de baixa;
  • Encerrando o ciclo: isso pode acontecer por vários motivos, desde um insucesso, infelizmente, até mesmo a desistência do empresário por atuar naquele setor em específico ou até mesmo uma mudança de segmento. E a permuta pode contribuir para que essa virada de chave seja mais rápida.

Muito mais do que momento da empresa ou de setor de atuação, precisamos de uma mentalidade de abertura para construir uma relação de ganha-ganha e que gere benefícios para todos. A ideia é fomentar a economia e girar o capital.

6 - Pensando agora em gerações e padrões de consumo. Você acredita que as gerações mais jovens possuem um comportamento mais aberto a novos modelos de consumo?

Com certeza. A forma de consumir e de enxergar a posse tem mudado. Vamos usar o exemplo do carro próprio, até a década de 1980 a maioria dos jovens americanos do gênero masculino sonhava em ter o carro próprio. Hoje, no entanto, a maioria não quer mais ter um carro, eles pensam em outras saídas - desde assinaturas, aluguéis a serviços como Uber. Esses novos modelos estão dentro do guarda-chuva da Economia Colaborativa - a ideia é ter acesso a um amplo rol de produtos e experiências, mesmo sem ter a posse.E já que estamos falando sobre mudança no comportamento do consumidor, separamos um material gratuito para você sobre o tema.

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