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Fintechzação: por que as empresas estão virando banco - e como isso impacta os pequenos e médios negócios

Nos últimos meses, a Sky lançou sua fintech, SKX, e o Bradesco comprou 50% do Banco John Deere S.A., mostrando como grandes empresas estão se adaptando ao mercado financeiro. Essas movimentações tornam o setor mais acessível para pequenos e médios negócios. Entenda!

Nos últimos meses, empresas têm feito movimentos estratégicos no setor financeiro, investindo em compras e parcerias para entrar no jogo das fintechs

É o caso da Sky, que anunciou o lançamento da SKX, sua própria fintech, e o do Bradesco, com a compra de 50% do Banco John Deere S.A. O movimento mostra como essas empresas estão buscando diversificar e fortalecer suas ofertas de serviços financeiros.

Mas afinal, por que todo mundo está de olho nas fintechs?

No caso da Sky, segundo Gustavo Fonseca, CEO da empresa, em entrevista à Exame, o movimento é uma espécie de contra-ataque.

Essa afirmação surge pelo fato de outros players, que também têm fintechs, estarem entrando no seu mercado. 

  • Mercado Livre, que é dono do Mercado Pago, por exemplo, lançou o Mercado Play de forma gratuita. 

Qual é a estratégia? A ideia da Sky é atrair primeiro seus parceiros PJ, oferecendo a eles serviços como conta digital, pagamentos e até crédito. Uma pequena base já vem testando o serviço, que em outubro será ampliado.

Depois, a ideia é chegar aos 4 milhões de clientes pessoa física da Sky. E, só então, ir para o "mar aberto", em busca de ex-clientes Sky e pessoas que ainda não se relacionam com a marca.

A Sky pertence ao grupo Grupo Werthein, que já foi controlador de bancos em outros países e tem experiência nesse mercado. Então, a ideia de explorar esse nicho "colateral" pode ser uma aposta interessante.

Isso mostra que o mercado continua sendo muito transversal. Todo mundo está "mexendo no queijo" do vizinho e isso gera "contra-ataques", como foi dito pelo CEO da Sky. Todo mundo concorre com todo mundo.

Além disso, toda empresa que tem uma base grande de clientes e um volume transacional relevante já entendeu que ter um "intermediário financeiro" no meio tem feito cada vez menos sentido.

O Mercado Livre fez isso muito bem com o Mercado Pago. O iFood está fazendo isso também com o iFood Pago. E a Sky vai tentar seguir esse mesmo caminho, com a SKX.

Já no caso do Bradesco, o banco comprou 50% do Banco John Deere S.A., instituição financeira vinculada à John Deere, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo.

É um movimento interessante, dado que o agronegócio brasileiro é o motor de crescimento da economia do país e, apesar do momento ruim do mercado, a projeção futura é de ainda mais relevância.

A John Deere, liderada no Brasil por Antonio Carrere, tem se tornado cada vez mais uma empresa de tecnologia, que além de máquinas, quer oferecer cada vez mais inteligência, dados e informação para seus clientes.

O negócio vai fortalecer o posicionamento do Bradesco nos setores de agronegócio e construção, ampliando a oferta de financiamento e serviços financeiros para clientes e concessionários John Deere.

Como isso afeta o pequeno e médio empresário?

Essas movimentações podem abrir portas. Com mais empresas apostando em soluções financeiras próprias, o acesso ao crédito e a serviços bancários fica mais competitivo. 

Plataformas como a SKX da Sky podem oferecer alternativas interessantes de financiamento e pagamento para negócios que precisam de agilidade e menos burocracia. 

Além disso, mostra que é uma tendência de mercado que você precisa ficar de olho. Afinal, com a tecnologia mais barata e plataformas de fintech white-label, toda PME pode criar soluções financeiras como contas digitais e serviços de pagamento sem altos investimentos.

Leia também: Fintech startups: conheça as empresas de serviços financeiros que desafiam o mercado, saiba o que são fintech startups, empresas que inovam no mercado financeiro e têm mudado paradigmas no setor.

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