Estratégias de networking para expandir seu negócio com Brunna Duarte
Nesta entrevista, Brunna nos contou algumas estratégias que aprendeu na construção do DIG e dividiu conosco algumas ideias que favorecem a prática de um networking mais humano e que traz resultados.
Brunna Duarte é uma das fundadoras do Do It Girls Club, ecossistema feminino que busca transformar a vida de mulheres através de uma rede única de networking e conteúdos exclusivos. A ideia é ajudar profissionais a alavancarem suas carreiras por meio de estratégias de networking e de uma construção de comunidade, onde elas podem encontrar parcerias, estabelecer conexões e ampliar sua capacidade de atuação.Nesta entrevista, Brunna nos contou algumas estratégias que aprendeu na construção do DIG e dividiu conosco algumas ideias que favorecem a prática de um networking mais humano e que traz resultados. Confira a seguir como foi o nosso papo com ela.
Na sua opinião, qual é a importância de estabelecer e manter relacionamentos sólidos no mundo dos negócios?
Aqui no Do It Girls, a gente prega que conexões valem muito mais do que dinheiro. São as conexões reais que você forma com as pessoas, sem pensar muito no que elas vão te trazer e em qual será o resultado, que na verdade te abrem mais portas.O networking acontece a todo momento e as pessoas banalizam isso. Por exemplo, imagine que você é um fornecedor de equipamentos de acesso em altura, e chega em uma construtora já dizendo: “Sou Brunna, tenho uma empresa que fornece esse equipamento, queria realizar uma reunião aqui”. O resultado, nessa situação, será um. Agora, se você chega lá já indicado por alguém que você conhece, provavelmente sua conexão será muito mais fácil, o acesso vem de maneira muito mais natural. A pessoa provavelmente vai te receber com outro olhar, porque você já foi indicado, alguém em quem ela confia já citou seu nome.Leia também: Por que e como fazer networking?
Quais são algumas das estratégias de networking mais eficazes que você recomenda para empreendedores que desejam expandir seus negócios?
A primeira coisa é que o networking não pode ser feito quando você precisa dele. Ele deve ser feito antes. Não é efetivo ir até as pessoas já com um pedido. Você tem que estabelecer conexões genuínas e verdadeiras antes, para depois colher os frutos.O networking é como se fosse uma conta poupança — você nunca sabe quando vai precisar, mas está ali depositando dinheiro. Um dia, se você precisar, pode ir até lá e tirar bom proveito da economia.Outra coisa importante é entrar em ação. O networking pode acontecer em qualquer momento, você tem que sair da zona de conforto. Em todos os ambientes você tem a oportunidade de estabelecer essas conexões genuínas. Muitas vezes, o pequeno empreendedor fica muito focado no business dele, no negócio dele. Quando você sai da sua zona de conforto, começa a conversar com pessoas de outras áreas e expandir a sua rede de relacionamentos, você tem mais oportunidade de fazer networking.Outra estratégia que mencionamos muito é a de buscar interesses em comum com as pessoas com quem você quer se conectar. Quando você marcar uma reunião com uma pessoa com quem você quer se conectar, procure estudar um pouco a vida dela, veja se existem interesses em comum. Assim, é muito mais fácil quebrar o gelo.Você também pode se interessar: Ecossistema de startups: o que é e como funciona na prática
O networking pode ocorrer tanto online quanto offline. Como equilibrar essas duas abordagens para obter os melhores resultados?
A tecnologia é fundamental para o networking. A gente ampliou as possibilidades de networking pela tecnologia, e acho que hoje as redes sociais são um grande meio para se conectar com pessoas. Eu vejo as pessoas utilizando muito o Instagram para buscar conexões, mas acredito que a melhor rede social para fazer networking hoje é o LinkedIn. As pessoas não usam tão bem o LinkedIn quanto ele poderia ser utilizado. Por exemplo, muitas pessoas chegam para mim no LinkedIn ou oferecendo um serviço ou querendo fazer parte do DIG, ou até grandes empresas que querem ampliar a sua equidade de gênero e nos buscam para auxiliar nisso. Mas existe uma diferença muito grande entre as pessoas que chegam dizendo, por exemplo, “vi um artigo seu sobre liderança feminina, queria ver se podemos fazer algo aqui na empresa”, e uma pessoa que chega já solicitando “um orçamento para uma palestra”.É fundamental não perder a humanidade, não perder a essência humana. As redes sociais deram oportunidades muito grandes para o networking, no entanto, para que ele tenha os resultados que você espera, é preciso ter em mente que você está conversando com pessoas e não com máquinas.
Nem todo mundo é naturalmente extrovertido ou confortável com networking. Quais conselhos você daria para quem não tem tanta facilidade nesse sentido?
Começar a abordagem de forma mais pessoal é válida para quem é introvertido e para quem é extrovertido. Uma vez fui fazer contato com a Rachel Maia [empresária e conselheira administrativa], que é um nome muito grande na questão da liderança feminina. Eu já tinha ido a palestras dela, tinha lido também o livro dela, e poderia chegar dizendo “Rachel, admiro muito seu trabalho e gostaria de fazer uma conexão com você, podemos trabalhar juntas, etc”. No entanto, eu preferi falar um pouco dela antes de falar de mim. Como eu já tinha tido contato com quem ela era, citei uma parte do livro dela que me marcou. Então, acredito que não passa tanto por você ser extrovertido ou introvertido, passa muito mais por ser interessado, que é bem diferente de ser interesseiro.
O que mais você aprendeu trabalhando com o DIG?
Nossa empresa é muito voltada para as mulheres terem sucesso na vida profissional, e queria dizer que o networking é um ambiente naturalmente masculino. Os homens fazem conexões de maneira muito natural e óbvia, e as mulheres precisam desbravar esse ambiente do networking. Nós temos muito mais dificuldade de fazer conexões e queria deixar essa mensagem para as mulheres: não tenham medo, não tenham vergonha de se conectar. Façam o trabalho com seriedade e não deixem de fazer conexões com as pessoas por medo “do que os outros vão pensar”. Se a gente tirar essa trava da frente, como mulheres que têm dificuldade de fazer networking, teremos muito mais sucesso.Você pode conhecer mais sobre o trabalho do Do It Girls pelo site ou pelo LinkedIn. Se você está começando no mundo dos negócios, não deixe de ler nosso artigo sobre como sobreviver ao primeiro ano de empreendedorismo.