Inovação no Direito: como a área se transformou nos últimos anos
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Sabe aquela ideia do Direito como uma área tradicional, estática e sem grandes mudanças? Pois é: esqueça. Isso porque o advento de novas tecnologias e a sofisticação das relações mercadológicas e pessoais têm feito com que o exercício judicial evolua e se transforme de maneira considerável, principalmente dos últimos anos para cá. Meios de comunicação mais incrementados, novas maneiras de empreender... Esses e outros aspectos têm despertado a necessidade de otimizar os processos legais em vários sentidos.
Percebendo a nova dinâmica, escritórios de advocacia e profissionais do Direito espalhados pelo país e pelo mundo buscam se adaptar baseados em um princípio: inovação. Desde a digitalização de processos até a criação de meios para se comunicar com rapidez com cada cliente. Mudanças assim têm permitido a descoberta de novas possibilidades de atuação na carreira, seja em áreas mais recentes e em construção, como o direito cibernético, e até mesmo em áreas mais tradicionais, como criminal, tributária, etc.Você é empreendedor e gostaria de entender um pouco mais dessas mudanças? É advogado e quer saber como pode inovar nos serviços prestados? Acompanhe por aqui um pequeno raio-x do que ocorre nesse meio e perceba por que você deve ficar atento, independentemente do contexto em que você atua.
Mas, afinal, o que se entende por inovação?
Empreender e inovar devem ser ações que caminham sempre lado a lado. Criar um negócio, romper paradigmas, estabelecer novos nichos. Tudo isso está diretamente relacionado a uma mentalidade aberta, atenta ao novo e que busca alternativas diferentes. Ou seja: vencer no mundo empresarial significa, quase invariavelmente, ser inovador.Em ambientes totalmente conectados como os que vivemos, onde a informação se espalha de maneira descentralizada, sair do lugar comum e pensar de maneira integrada passa a ser quase que necessidade. Mas o que isso tem a ver com as transformações no Direito? Tudo.Advogados têm percebido que hoje, cada vez mais, para prestar serviços de qualidade e estar alinhados com o que acontece à volta, é preciso buscar evolução e integrar novas habilidades e disciplinas à sua rotina de atuação. Estudos de mercado e personalização cada vez maior no atendimento são fatores-chave visando a garantir uma relação de sucesso com os clientes.É claro que a tecnologia é um dos principais meios de buscar essa evolução. E é certo também que vamos falar com mais detalhes dela. Afinal, o universo digital e as ferramentas como as startups inauguraram novas maneiras de praticar o Direito. Antes disso, porém, vale a pena frisar que é possível inovar com práticas muito simples. Algumas delas são:
Ser descomplicado
A primeira prática pode parecer bobagem, mas ainda é fundamental: utilizar uma linguagem simples e direta com o cliente. Eliminar expressões técnicas e a maneira mais rebuscada na hora de conversar sobre os processos é inovador e facilita a relação com as pessoas.
Dar importância a tudo
Outra prática interessante é atentar para causas ainda pouco trabalhadas no Direito, como as digitais, por exemplo. Estabelecer meios de defender pessoas lesadas nessas áreas dá credibilidade e cria outras possibilidades de mercado para advogados e clientes.
Mudar a rotina
Desenvolver novas maneiras de atendimento aos clientes, como adotar outros canais de comunicação além do tradicional telefone, dinamiza os processos e facilita a transparência na relação contratante X contratado.
Tecnologia e startups
Chegou a hora de discorrermos um pouco mais sobre os avanços tecnológicos que colaboram para evoluir o Direito, sobretudo no meio empresarial. E esses avanços passam primordialmente pelas chamadas lawtechs, ou seja, startups que agilizam práticas e otimizam as relações no universo jurídico. Como hoje o on-line dita muitas regras na rotina das pessoas, e o tempo passou a valer muito mais, nada melhor do que se utilizar da rede e realizar adaptações para tratar de um processo e conduzir uma ação com mais agilidade e assertividade.Podemos dividir as lawtechs em três grandes grupos:
Automação de documentos
Tornar documentos digitais, facilitar o acesso a eles e gerar alguns de maneira automática faz com que os advogados não percam tempo preenchendo pilhas de papel de maneira repetida e possam focar em questões mais estratégicas no exercício da advocacia.
Jurimetria
Representa a coleta e a análise de dados jurídicos, que vão elucidar o entendimento de como os casos são julgados. Com ela é possível, por exemplo, analisar ações semelhantes e identificar tendências de julgamento e sentença.
Resolução de conflitos on-line
Um advogado prepara todo o caso e tenta viabilizar acordos diretamente com as empresas ou partes sem a necessidade de ir à Justiça, desafogando a máquina pública e economizando tempo.Atuando nesses três grupos, esses tipos de startups têm tornado o Direito mais acessível ao cidadão comum. Para ter uma ideia, já existem muitas plataformas dinâmicas que conectam diretamente clientes e advogados indicados para aquele caso, proporcionando comunicação digital entre eles. Avanços assim fazem com que as pessoas não tenham mais receio de procurar os seus direitos. Isso valoriza a profissão e o cidadão, além de deixar mais atentas as empresas nas suas relações comerciais e de prestação de serviços.
Direito Empreendedor
Sabemos que empreender é criar, mas é também conviver com riscos. Dessa maneira, vale a pena comentar também sobre Direito Empreendedor, já que estar em conformidade com as leis é fundamental para que um negócio seja sólido e não apresente problemas pra lá de inconvenientes. Essa parte do Direito estuda e regulamenta as relações jurídicas no âmbito do empreendedorismo. Ela tenta, em linhas gerais, buscar soluções para as relações entre empreendedores, órgão governamentais, investidores, trabalhadores, cooperadores, dentre outros. Questões comuns em tal área são: formação societária, contratos de aceleração, fusão e aquisição, planejamento tributário dos novos negócios, proteção a dados e propriedade intelectual, captação de recursos, dentre outros.Tratar de Direito Empreendedor é tratar, portanto, com negócios inovadores, que possuem acertos a ser feitos e questões legais a ser elucidadas. E é aí, então, que entra a relação direta com as startups. Como elas são ferramentas recentes e modernas, muitos são os cuidados que devem ser tomados quando nos deparamos com uma. Assim, é necessário buscar profissionais especializados e com amplo conhecimento em Direito Empreendedor para que o negócio esteja protegido juridicamente.Existe uma área chamada de Direito das Startups, que estuda justamente as normas jurídicas aplicáveis à inovação além de revisar o modelo de negócio e as relações com os agentes envolvidos. Tudo isso para assegurar que os novos negócios e as novas ferramentas criadas estejam respaldados pela lei e não sejam comprometidos no meio do caminho. Essa área cresce cada vez mais e sistematizando um campo que ainda não está totalmente desbravado. Ponto positivo para quem empreende - tem cada vez mais meios de garantir a segurança do seu negócio - e para o próprio Direito, que descobre um novo nicho de atuação e se transforma em algo muito mais amplo.Dito isso, tenha em mente: inovar nesse nicho permite o fortalecimento da confiança entre as partes, torna mais rápido o andamento de processos e abre portas para novas formas de praticar o Direito. Vale para você que é advogado, vale para você que é empreendedor em outra área. Existe muito caminho a ser percorrido, mas as sensíveis mudanças que vivemos no Direito e na relação com ele provam que esse é um caminho de evolução sem volta e que merece a atenção de todos nós.Quer saber mais de temas como esse? Entenda o que é corporate venture capital e por que empresas têm investido em startups.