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Capital de giro para microempreendedor individual

Capital de giro para microempreendedor individual

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Talvez você já tenha ouvido falar sobre capital de giro, mas você sabe o que é realmente ele é? Capital de giro é um valor necessário para pagar as operações e despesas da empresa dentro de um curto espaço de tempo, enquanto você não recebe dos seus clientes.Imagine que você já fez algumas vendas, pelo cartão de crédito, e você só receberá o valor pago pelos clientes no dia 30. Mas, antes disso, você precisa comprar estoque e pagar a conta da internet no dia 5 — é aí que entra o capital de giro. Ele permite que você compre o estoque e pague suas contas, que são necessárias para que você continue funcionando, até receber os valores das vendas realizadas.Para que o seu negócio continue funcionando, é importante que você saiba calcular o seu capital de giro e saiba o que fazer caso ele esteja no negativo. Leia até o final para descobrir como:

O que é capital de giro?

O capital de giro envolve todos os recursos necessários para bancar a sua operação como microempreendedor individual, isto é, pagar todas as suas contas e despesas, como luz, água, estoque, matéria-prima, embalagem, internet, taxas e impostos, telefone e salários.Não ter um capital de giro pode ser um grande desafio, porque isso pode te levar ao endividamento ou mesmo ao encerramento das suas atividades.Para facilitar a sua gestão financeira, a dica é calcular o seu capital de giro. E é sobre isso que vamos falar a seguir!

Como calcular capital de giro para MEI?

O cálculo do capital de giro para MEI é igual ao cálculo de capital de giro para qualquer modelo de empresa. E são 3 os conceitos financeiros relevantes:

  • Liquidez: pode ser alta ou baixa, reflete a facilidade em transformar o item em dinheiro vivo.
  • Passivo circulante: todas as contas, despesas e obrigações a pagar no curto prazo (12 meses).
  • Ativo circulante: soma dos ativos — os bens que podem ser transformados em dinheiro — disponíveis no curto prazo (12 meses).

Se ficou alguma dúvida sobre esses conceitos, aprofunde a seguir. Se não tiver dúvidas, vá direto ao cálculo.Liquidez:A liquidez diz respeito ao grau de facilidade em resgatar o valor em dinheiro em espécie, ou dinheiro “vivo”. A liquidez pode ser alta, por exemplo, quando se tem um dinheiro em uma conta corrente, ou baixa, quando se tem um valor em item que pode ser vendido com alguma dificuldade, por exemplo: um lote, um carro, uma máquina, o estoque de uma empresa ou até mesmo um imóvel.Passivo circulante:Primeiramente, o passivo é tudo que temos a pagar — dívidas, obrigações, contas. Já o passivo circulante é a soma de tudo que está a pagar em um curto prazo, normalmente, em até 12 meses. É possível calcular o passivo circulante somando o que já está financiado e fazendo uma projeção de todas as despesas mensais futuras. Isso inclui as contas a pagar de serviços públicos, aluguéis, seguros, fornecedores, empréstimos, salários e obrigações trabalhistas, impostos, contribuições previdenciárias, valores a pagar aos sócios e proprietários e até mesmo as reservas para despesas futuras, no caso de despesas que já são esperadas.Por exemplo, se a sua empresa tem uma máquina financiada e todo mês você paga água, luz, internet, aluguel e o seu pró-labore (ou a sua remuneração enquanto sócio), é possível projetar todas essas despesas dos meses subsequentes e calcular o passivo circulante.Calcular o passivo circulante é importante não apenas para chegarmos ao valor do capital de giro, mas também para manter a saúde financeira do seu empreendimento.Se você tem um planejamento financeiro, pode ficar mais fácil calcular o passivo circulante.Ativo circulante:São os ativos — ou bens que geram valor — que podem ser transformados em dinheiro no curto prazo, ou em 12 meses. Alguns exemplos são: saldo bancário, estoque, contas a receber e valor no caixa físico da empresa, se houver.

Cálculo do capital de giro do MEI

Capital de giro líquido = ativo circulante - passivo circulanteIsto é, para calcular o capital de giro do MEI, o empreendedor precisa subtrair do valor do ativo circulante o passivo circulante.Se o resultado for positivo, significa que há valores suficientes para pagar todas as obrigações. Por outro lado, se o resultado for negativo, significa que será necessário buscar as opções de crédito disponíveis no mercado, ou formas de financiamento, para se manter.

Para que serve o capital de giro?

Calcular o capital de giro te ajuda a entender se, da forma como o seu empreendimento funciona hoje, você consegue se manter por um tempo e enfrentar os períodos de sazonalidade (altas e baixas nas vendas), e quais as modalidades de pagamento você deve manter como forma de recebimentoSobre as formas de recebimento, o capital de giro indica se você pode receber as suas vendas de forma parcelada e por meio de cartão de crédito com tranquilidade, ou se no momento é indicado priorizar os recebimentos à vista (PIX, dinheiro e modalidade de débito, por exemplo).É importante lembrar que normalmente as operadoras de cartão de crédito pedem um prazo para disponibilizar o dinheiro na sua conta — que pode variar de 1 até 30 dias. Calcular o seu capital de giro também te ajuda a se prevenir de imprevistos financeiros — dado que você consegue se programar com antecedência para as obrigações futuras.

Como conseguir capital de giro para MEI?

Se você fez as contas do seu capital de giro e o resultado é negativo, mas você tem um planejamento a médio e longo prazo para o seu empreendimento e em algum momento terá o retorno do investimento, existem algumas maneiras de recorrer a crédito.Dependendo do seu ciclo de vendas e do quanto está negativo, é recomendável que você tenha de 2 a 6 meses de capital giro disponível para que o seu negócio continue funcionando.Agora, se você tem outras dúvidas sobre MEI, este post pode te ajudar.Vamos falar sobre algumas formas de conseguir capital de giro para MEI a seguir:

Investimentos próprios

A modalidade mais comum para quem está começando a empreender, especialmente no modelo MEI, é lançar mão de recursos próprios para financiar os negócios. Isto é, usar os recursos pessoais — sejam eles uma poupança, dinheiro em conta corrente ou até mesmo bens a serem liquidados.Vale ter alguns cuidados:

  • Separar as contas da pessoa física e da jurídica.
  • Ter a reserva de emergência da pessoa física — cuidar para que, ao injetar capital de giro na empresa, você não acabe ficando sem nenhum recurso e diante de alguma emergência acabe ficando no negativo.
  • Calcular exatamente quanto de dinheiro da pessoa física será injetado na empresa e em quanto tempo espera um retorno, para que isso não se torne uma prática constante que prejudique as suas finanças. No médio prazo, espera-se que a empresa sobreviva com o seu próprio caixa.

Por isso, é muito importante para quem é MEI fazer uma gestão financeira.

Empréstimo pessoal

Existem diversas modalidades de empréstimos pessoais que são disponibilizados por instituições financeiras e bancárias.Algumas dicas e cuidados para MEI ao contratar empréstimo:

  • Quanto maior o risco para quem empresta, maior será a taxa de juros — portanto, sempre que existir algum tipo de garantia, a taxa será menor.
  • Cuidado com os seguros e outros itens que normalmente são embutidos nos contratos de financiamento — isso normalmente encarece a operação.
  • Compare as opções disponíveis no mercado — especialmente os prazos, os juros, o valor total que irá pagar ao final do contrato, as condições de antecipação e os contratos.
  • Leia com atenção os contratos antes de assinar, se precisar, busque ajuda.
  • Os juros do cartão de crédito usualmente são muito maiores do que os de empréstimo.

Algumas das modalidades mais comuns de empréstimo:

  • Empréstimo pessoal sem garantias: normalmente, são usados para valores menores e necessidades mais urgentes, usualmente possuem taxa de juros maiores e os valores disponibilizados nessa modalidade costumam ser menores e dependem da avaliação de crédito (score do cliente) feita pelos bancos. Pessoas com score maior conseguem acessar valores maiores.
  • Empréstimo com garantia de imóvel: como imóveis são bens de alta a média liquidez, o risco para as instituições diminui, assim, nessa modalidade normalmente é possível conseguir quantias maiores e taxas menores. O cuidado aqui é que, em situações de não pagamento, você pode perder o seu imóvel.
  • Empréstimo com garantia de veículo: como há um veículo como forma de garantia, em comparação com o empréstimo sem garantias, as taxas de juros também costumam ser menores. Porém, são maiores do que no caso das opções de garantia com imóvel. Assim como no caso anterior, o risco para o empreendedor aqui é perder o seu veículo caso não pague o empréstimo.
  • Empréstimo do governo para MEI

Podem existir algumas modalidades de empréstimo, subsidiadas pelo governo, para facilitar o acesso do MEI ao financiamento. Como por exemplo, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Por se tratar de uma política pública, vale sempre conferir se ela ainda está ativa ou se foi interrompida.

  • Cheque especial

As opções de cheque especial podem estar disponíveis tanto em contas do tipo pessoa física quanto de pessoa jurídica. Assim como a taxa de juros do cartão de crédito, a do cheque especial também costuma ser alta, portanto, são opções emergenciais e para pequenos valores. Caso utilize o cheque especial, a dica é pagar o quanto antes, assim que for possível.

  • Adiantamento de recebíveis

Por fim, outra modalidade de empréstimo disponível para MEI é antecipar os recebíveis do cartão de crédito. Neste caso, o banco ou até mesmo a empresa da máquina do cartão de crédito disponibiliza os valores a receber que foram pagos via cartão de crédito para você, descontando uma taxa de juros.O cuidado aqui é que, ao fazer o adiantamento de recebíveis há um desconto, logo, você recebe o valor hoje, mas ele é menor do que o valor que receberia caso esperasse o prazo final.Neste post, nós vimos que:

  • Capital de giro é a quantia de dinheiro necessária para que o seu negócio sobreviva em um determinado período de tempo, levando em consideração as obrigações ou despesas e as entradas e ativos.
  • O capital de giro pode ser calculado subtraindo dos ativos circulantes os passivos circulantes.
  • Calcular o capital de giro te ajuda a entender se a sua empresa irá sobreviver e se as suas finanças estão saudáveis, assim como pode te ajudar a entender se vale a pena continuar vendendo de forma parcelada, ou se no momento faz mais sentido priorizar as vendas ativas.
  • E, por fim, se o seu capital de giro estiver negativo, é possível recorrer a crédito — desde crédito de investimentos próprios a linhas do governo e de instituições bancárias, de modo que nestes casos vale a pena atentar-se aos detalhes antes de realizar qualquer contratação.

E se você está em dúvida sobre qual caminho seguir com relação ao seu capital de giro, leia agora nosso material gratuito com dicas práticas sobre como tomar decisões.