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Como usar a análise de dados na Gestão de Pessoas para impulsionar os resultados do negócio, com Sabrina Vasconcellos

análise de dados na Gestão de Pessoas

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Não se trata de uma ferramenta ou de um recurso estritamente matemático para lidar com pessoas. Pelo contrário. O People Analytics é uma forma de gestão que pode contribuir para a melhoria do clima organizacional e dos índices de felicidade e satisfação dos colaboradores.

É um método que se baseia na cultura de dados, o Data Driven. Assim, ele é capaz de contribuir para tomadas de decisão mais assertivas em direção ao objetivo da empresa.

Para explicar melhor o poder dessa tríade entre pessoas, dados e estratégia de negócio, convidamos Sabrina Vasconcellos, gerente de People Analytics no Ifood, com mais de 10 anos de experiência na área.

Se você quer aprender como usar os dados na Gestão de Pessoas visando impulsionar os resultados da sua operação, confira este bate-papo.

1. O que é People Analytics?

Gosto de responder a essa pergunta de forma simples e objetiva: (Análise de pessoas através de dados para o negócio), é a conexão com três pontos principais:

  • pessoas
  • dados
  • negócio

É muito importante correlacionar a análise de pessoas com estratégia de negócio, entender como essas fontes são estruturadas e se conectar com um Plano de Ação.

2. Quais dados são gerados e analisados usando essa metodologia?

Em resumo, tudo que envolve dados de pessoas, dos colaboradores – desde os mais básicos como demográficos – até análises mais segmentada, direcionada – como eNPS, AVD, turnover, absenteísmo, recrutamento e seleção, movimentação de cargos e salários, diversidades por meio de censos ou coletas prévias, pulses de clima, etc

3. Qual é a importância do uso da análise de dados para os processos de uma área de Gestão de Pessoas?

Mediante as decisões orientadas a dados, as áreas de Gestão de Pessoas começam a ser mais estratégicas, com insumos para redução de vieses e decisões vagas, subjetivas.

Além disso, é possível ter ações e planos de ações monitorados e realizados por intermédio da cultura de dados, conduzidos por insights de estudos que podem ir desde os reports, os dashboards, que trazem fotografias de performance atual a ser trabalhada, a modelos preditivos ou prescritivos, que promovem um cenário crítico futuro.

Tudo isso possibilita que a área de Gestão de Pessoas antecipe soluções e mitigue impactos futuros.

4. Consegue citar cases de sucesso que tenham impulsionado os resultados do negócio?

Sim. Existem cases de mercado como IBM, que usou a inteligência artificial IBM Watson, com social pulses, para fazer estudo de melhoria de clima organizacional. A empresa monitorou padrões dos colaboradores nas redes sociais internas, criou dashboards de sentimentos e, assim, identificou as reais insatisfações dos colaboradores e das equipes.

Como comunicação interna e forma de fazer feedback, tive um case de diversidade e inclusão que começou com estudos quantitativos, evoluiu para o qualitativo e depois se estendeu a modelos preditivos, desde os processos seletivos à inclusão do público de diversidade.

Mapeamos o máximo das características desse público, elevando a representatividade de inclusão, igualitária e equitativa, por meio de dados demográficos e de senso, promovendo respostas de produtividade, criatividade, melhorias, felicidade dos colaboradores, além da monetização com o aumento de contratos dos clientes e índices de engajamento.

5. People Analytics é para qualquer tipo de negócio? Pequenas e médias empresas também podem usar a análise de dados na Gestão de Pessoas?

Sim, People Analytics é para people, para todos que queiram tornar um mundo melhor a partir da empresa em que trabalha, e se encaixam em qualquer indústria econômica.

People Analytics começou como HR Analytics e, com o tempo, evoluiu para People Analytics, e esse início veio da

Google, quando a People ainda era uma startup. Ou seja, essa metodologia cabe em qualquer empresa, de qualquer segmento e tamanho.

Quando se trata de uma empresa pequena, há vantagens de implementação de sistemas desde o zero, com coletas mais estruturadas e confiáveis. Isso se torna mais complexo em empresas grandes que já demonstram um histórico.

Tal sistema, ao ser implantado ou integrado a outros sistemas, muitas vezes exige atenção em relação ao impacto gerado nas análises. Por outro lado, quanto mais dimensão de dados, melhores as possibilidades de correlação entre causa e resposta.

6. Como implementar a leitura de dados na Gestão de Pessoas em pequenos negócios? Tem alguma dica para quem quer começar a usar os dados de uma forma eficiente?

Sim, tenha o Mindset de Negócio conectado às pessoas, comece com estudos simples em Excel mesmo, ou dentro da realidade e das possibilidades de ferramentas e conhecimento técnico, com análises descritivas, exploratórias, informações de reports, KPI que representam basicamente os níveis intermediário de People Analytics.

Com o tempo, siga para uma estrutura de análises mais avançadas. A fim de suprir a falta de conhecimento ou o gap técnico, podem-se contratar empresas com especialistas e mentoria de fundação que constroem e preparam essa estrutura para análises, como a DataSprints.

7. Quais leituras, perfis nas redes sociais e cursos você recomenda para quem deseja ficar por dentro ou conhecer mais do assunto?

Para leitura:

  • People Analytics para Leigos do Mike West
  • Princípios Básicos de People Analytics Davis Green
  • Data Driven HR de David Marr

Canais e cursos como os do Grupo Trhoca e Numera, que são práticos e geram cases, comunidade colaborativa de inovação e People Analytics ( www.universosava.com.br), são outros exemplos de artigos de especialistas e referências no assunto, totalmente gratuitos.

Outra fonte de conhecimento é estar sempre conectado a eventos do tema realizados por CorpBusiness, EBDI, BluePrintt, e referências como Juliana Almeida, Julia Machado, Regina Cantele, Eduardo Corazzin, Daniel Fonseca e Sergio Gracia Mora.

Contar com uma Gestão de Pessoas eficiente é essencial para manter a equipe motivada e garantir o bem-estar dos colaboradores. Mas o que significa uma boa liderança diante de tantas mudanças como a transformação digital e o fortalecimento do home office, por exemplo? Isso é o que você pode descobrir agora mesmo no nosso blog. Acesse o artigo Liderança do Amanhã: entendendo o papel do líder do futuro