Saiba mais sobre as oportunidade de revenda de produtos
O mercado de revenda de produtos segue uma tendência de alta, impulsionado pela pandemia, pela necessidade e por valores como a sustentabilidade. A “revenda”, ou “resale”, é a venda de itens de segunda mão.
O mercado de revenda de produtos segue uma tendência de alta, impulsionado pela pandemia, pela necessidade e por valores como a sustentabilidade. A “revenda”, ou “resale”, é a venda de itens de segunda mão. Em 2019, por exemplo, o mercado de revenda cresceu 21 vezes mais rápido que o mercado da moda tradicional, segundo alguns estudos da Woodbury. Em conformidade com o mesmo estudo, o mercado de revenda já fatura US$ 40 bilhões e a previsão é de que chegue a US$ 80 bilhões em três anos e a impressionantes US$ 120 bilhões até 2030".À primeira vista, falar em vendas de itens usados pode resgatar na nossa memória os tradicionais brechós. Hoje, porém, esse mercado engloba iniciativas das próprias marcas, o segmento de luxo ou alguns nichos específicos e pode ser uma boa oportunidade para empreendedores.Leia até o fim para saber mais sobre como o mercado de revenda é promissor.
Afinal, o que é o mercado de revenda de produtos?
É a prática de vender itens de segunda mão. Mas não se engane pensando que se trata apenas de um brechó lotado de roupas fora de moda ou empoeiradas. Dentro dessa tendência, podemos destacar algumas iniciativas bem diferentes dos tradicionais brechós:
- Resale de itens de luxo ou de marcas mais caras.
- Resale de itens de determinado nicho – moda infantil, festa ou gestante, por exemplo
- Revenda com intuito social.
- Aluguel ou rent (no inglês) de itens usados – muito popular no nicho de festas.
- Recondicionamento ou refurbish – isto é, o restauro das peças antes de serem colocadas à venda.
Essas iniciativas podem ocorrer em lojas físicas, lojas em redes sociais, e-commerces e em marketplaces.
Mudanças no comportamento de consumo
Podemos pontuar algumas mudanças nos padrões de consumo que contribuem para a valorização do mercado de revenda. São elas:
- Aumento da preocupação com práticas sustentáveis.
- Valorização de peças com design autoral.
- Recuperação de estilos.
A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo, ou seja, é a sexta maior. No entanto, os jovens da chamada Geração Z, isto é, os nascidos entre 1997 e 2010, têm mostrado que se importam cada vez mais com os hábitos de consumo mais sustentáveis. Eles valorizam marcas que se preocupam com ESG (Meio Ambiente, Social e Governança), questionam o consumo excessivo. Por isso, são um público-alvo relevante para as ações de resale.Em contrapartida a esse comportamento dos mais jovens, via de regra, a moda, por ser um segmento que dita as tendências, e que por muito tempo cria e renova as referências, pode acabar por estimular o consumo excessivo e, às vezes, até mesmo desenfreado.No entanto, na contramão dos ciclos que se renovam rapidamente, aumenta a valorização de alguns modelos vintage, especialmente, das marcas mais luxuosas. Entre os artistas e influenciadores digitais, cresce a exibição do termo “vintage” na descrição dos looks. Ou melhor, itens antigos se tornaram disputados e têm ganhado a cena.Essa tendência tem aos poucos conquistado outros públicos, além dos famosos, impulsionando o surgimento de canais de vendas e empresas especializadas na revenda.
Alguns casos de sucessos:
- Troc - um dos maiores brechós nacionais comandado pelo grupo Arezzo, que incentiva principalmente a revenda de peças da marca do grupo.
- Enjoei - marketplace para revenda de itens de segunda mão.
- The Real Real - site estadunidense de revenda de itens de luxo como Burberry, Gucci e Stella McCartney.
- Startup Voit - marketplace de vendas de itens de segunda mão do segmento de esporte.
- Roupartilhar - curadoria de peças de luxos e com um percentual dedicado às ações sociais, e também o Roupartilhe, o marketplace de iniciativa do mesmo grupo.
- Repassa - brechó online brasileiro.
Quais as oportunidades no mercado de resale?
Primeiramente, com o mercado de resale, é possível ter uma renda extra para vendedores; de outra ponta, em relação aos consumidores, é uma oportunidade de comprar boas peças com valores mais acessíveis.Mesmo com as fast fashions, estamos vivendo um período de alta dos preços - portanto, comprar itens de segunda mão pode facilitar o acesso. Afinal, é possível comprar itens em ótimo estado de conservação com até 90% de desconto, dependendo da loja.Por outra via, argumentos como a sustentabilidade, a originalidade e o estilo podem contribuir para a alegação de venda e a valorização do mercado. Temas, que como vimos acima, são valorizados pelas gerações mais novas de consumidores.É um mercado em ascensão - deve crescer entre 7 e 17% nos próximos 5 anos. Em 2021, 244 milhões de consumidores disseram que estavam dispostos a fazer compras de itens de segunda mão. Portanto, é uma tendência que veio para ficar e que tem crescido especialmente no ambiente digital.E, se você está pensando em aproveitar essa oportunidade, ficam aqui algumas dicas pra você iniciar:
1 - Pesquise sobre as iniciativas de sucesso
Vale a pena separar um tempo para estudar as iniciativas de sucesso e entender o que alguns brechós e marcas fizeram.
2 - Entenda o seu público
Para cada segmento, pode existir um público específico. Você pretende vender para os jovens da Geração Z? Ou para as futuras mães que querem comprar roupas de marcas para crianças economizarem? Faça uma identificação de persona.Agora reflita sobre quais os argumentos de venda mais atraem o seu público. É o estilo da peça, a qualidade, a durabilidade, o design autoral, ou simplesmente o desconto?
3 - Escolha o modelo de loja e o canal mais adequado para o seu público
Você pode começar em algum marketplace - como o Enjoei - para aproveitar o tráfego de pessoas que já existe nesses sites. Ou testar um grupo de WhatsApp, antes de investir em um modelo mais caro como e-commerce próprio ou loja física.Tente entender onde esse público está na hora de definir qual será o modelo de loja e quais os canais de divulgação. Seria no Tik&Tok, nos grupos de WhatsApp, no Instagram ou nas lojas físicas os seus principais canais de venda?Invista nas redes sociais, mesmo que opte por uma loja física.
4 - Faça uma boa curadoria das peças
Para que o seu negócio seja sustentável no médio prazo, é importante manter um padrão de qualidade das peças. Portanto, invista em peças que ainda estão em um bom estado de conservação ou faça pequenos reparos.Analise com atenção as costuras, a presença de manchas e o desgaste das peças.
5 - Estude sobre moda, tendências e estilo
Sempre que possível, procure mais informações sobre moda. Isso vai ajudar você a fazer melhores curadorias de peças, a montar looks interessantes para as fotos e ter melhores argumentos de vendas. Acompanhe os principais influenciadores e aprenda a desenvolver um olhar mais treinado.Ao vender, você deve não somente descrever o produto, mas levar informação e conhecimento.Por fim, vá além do seu nicho. Busque estudar também sobre temas correlacionados - como estilo pessoal, imagem, psicologia das cores e comportamento. Estude também sobre negócios e acompanhe as tendências. E, se você está pensando em aproveitar essa oportunidade de negócio, mas não tem muito dinheiro para investir, acesse o nosso Passo a passo para abrir uma empresa com pouco dinheiro.